quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

"Era uma mulher fraca em relação às coisas.
Tudo lhe parecia às vezes preciso demais, impossível de ser tocado.
E, às ve­zes, o que usavam como ar de respirar, era peso e morte para ela.
Veja se compreende a minha he­roína, titia, escute.
Ela é vaga e audaciosa. Ela não ama, ela não é amada.
Você terminaria notando-o como Lídia, outra mulher —uma jovem mulher cheia do próprio destino —, observou-o.
No entanto o que há dentro de Joana é alguma coisa mais forte que o amor que se dá e o que há dentro dela exige mais do que o amor que se recebe.
Compre­ende, titia?
Eu não a chamaria de herói como eu mesma prometera a papai.
Pois nela havia um medo enorme.
Um medo anterior a qualquer julgamento e compreensão.
— Me ocorreu agora isso: quem sabe, talvez a crença na sobrevivência futura venha de se notar que a vida sempre nos deixa intocados.
— Compreende, titia? — esqueça a interrupção da vida futura — compreende?
"

C.L in - Perto do coração selvagem

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