quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


"Gosto de dizer tenho um dragão que mora comigo, embora não seja verdade. Como eu dizia, um dragão jamais pertence a, nem mora com alguém. Seja uma pessoa banal igual a mim, seja unicórnio, salamandra, harpia, elfo, hamadríade, sereia ou ogro. Duvido que um dragão conviva melhor com esses seres mitológicos, mais semelhantes à natureza dele, do que com um ser humano. Não que sejam insociáveis. Pelo contrário, às vezes um dragão sabe ser gentil e submisso como uma gueixa. Apenas, eles não dividem seus hábitos. (...)
Ele gostava tanto dessas palavras que começam com in - invisível, inviolável, incompreensível -, que querem dizer o contrário do que deveriam. Ele próprio era inteiro o oposto do que deveria ser. A tal ponto que, quando o percebia intratável, para usar uma palavra que ele gostaria, suspeitava-o ao contrário: molhado de carinho. Pensava às vezes em tratá-lo dessa forma, pelo avesso, para que fôssemos mais felizes juntos. Nunca me atrevi. E, agora que se foi, é tarde demais para tentar requintadas harmonias."

C.F.A in - Os Dragões não conhecem o paraíso

2 comentários:

  1. Qro uma menina Banal :P, dragao qué mais nao , visse ....rs

    bejin

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  2. Sou um animal mitológico com calda de serpente, escama e espinha bifida, as assas foram cortadas, mas isso só na terra do sol nascente.
    Aqui onde o sol se põe só A Balança.

    Tenho mania de não entender o tio Caio, por isso comento com única maneira que sei comentar, de forma torta! hahaha

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